O comitê de especialistas em varíola dos macacos da Organização Mundial da Saúde (OMS) vai se reunir nesta quinta-feira, 21, para determinar se o atual aumento de casos da doença pode se tornar uma emergência de saúde pública de alcance internacional, nível mais alto de alerta. Serão avaliados os índices epidemiológicos, que nas últimas semanas chegaram a mais de 15.300 casos registrados em 70 países, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a agência de saúde pública dos Estados Unidos.
“Independentemente da recomendação do comitê, a OMS continuará fazendo todo o possível para conter a varíola do macaco e salvar vidas”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em entrevista coletiva realizada na quarta-feira, 20. Desde o início de maio, foi detectado um aumento incomum de casos fora dos países da África central e ocidental, onde o vírus é endêmico, se espalhando por todo o mundo e com um grande número de casos na Europa.
Na primeira reunião do comitê da ONU que avalia o avanço da doença, em 23 de junho, a maioria dos especialistas recomendou que não fosse determinada a emergência de saúde pública de alcance internacional. Em 14 de julho, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (CEDC) registrou 7.896 infecções pelo vírus da varíola do macaco. A Espanha é o país mais afetado, com 2.835 casos, seguido da Alemanha (1.924), França (912), Holanda (656) e Portugal (515). De acordo com dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registra 449 casos da doença.
“Embora vejamos uma tendência de queda em alguns países, outros estão enfrentando um aumento e 6 países registraram seus primeiros casos na semana passada”, afirmou Tedros. O diretor-geral da OMS também ressaltou que alguns países têm menos acesso a diagnósticos e vacinas, o que dificulta o registro e a interrupção dos casos, principalmente, quando os estoques de vacinas estão baixos. A empresa dinamarquesa Bavarian Nordic, o único laboratório que produz uma vacina autorizada contra a varíola dos macacos, informou na última terça, 19, que recebeu um pedido de 1,5 milhão de doses de um país europeu cujo nome não revelou e outro de 2,5 milhões de doses para os Estados Unidos. A maioria das doses só serão fornecidas em 2023.
Fonte: JP