O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira, 27, que o mundo enfrenta o pior período de dez anos mais tenso desde a Segunda Guerra Mundial, que aconteceu de 1939 até 1945. “O mundo está em um ponto histórico de inflexão, e o espera o decênio mais perigoso e imprevisível desde os tempos da Segunda Guerra Mundial“, disse o chefe de Estado. A declaração foi feita durante o pronunciamento na 19ª sessão plenária do Clube de Debate Valda, onde o líder voltou a dizer que a Rússia defende seu “direito a existir”, ante o Ocidente, que quer “destruí-la”, no momento em que Moscou realiza uma ofensiva militar na Ucrânia. “A Rússia não está desafiando as elites ocidentais. A Rússia está apenas tentando defender seu direito a existir”, declarou Putin, acrescentando que as potências ocidentais pretendem “destruir, apagar a Rússia do mapa”. Putin, que falou por mais de meia hora, não mediu palavras para criticar o Ocidente e o que chamou de mundo unipolar, que para ele, chegou ao fim.
O chefe de Estado da Rússia, disse que os países ocidentais terão que começar a falar “em pé de igualdade” com o resto do mundo sobre “um futuro comum”. “E quanto antes o fizerem, melhor”, afirmou. Segundo Putin, a Rússia, como “uma civilização independente e única, nunca se considerou, nem se considera inimiga do Ocidente”, assim como não está “desafiando os limites ocidentais” ou quer ocupar lugar de “potência hegemônica” na nova ordem mundial. “A Rússia não propõe substituir a unipolaridade com a bipolaridade ou a tripolaridade (sic). Substituir o domínio do Ocidente pelo domínio do Leste, Norte ou Sul. Isso, inevitavelmente, levaria a um novo beco sem saída”, garantiu o chefe de Estado. Além disso, defendeu uma reflexão na diversidade do mundo nas estruturas da ONU, incluindo o Conselho de Segurança. “Possivelmente, é preciso pensar que a estrutura da ONU e o Conselho de Segurança reflitam melhor a diversidade das regiões do mundo”, disse. Putin acrescentou que “amanhã, de países da Ásia, África, América Latina, se dependerá muito mais do que o que se acredita atualmente”. “O aumento de sua influência, sem dúvida, é positivo”, afirmou.
*Com informações da AFP e EFE
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