Dois dias após o ataque de integrantes de uma organizada do Sport a torcedores do Corinthians, em um a partida do sub-17, no Recife, a polícia pernambucana detalhou o que aconteceu com as vítimas. Nesta quinta (12), o delegado de Repressão à Intolerância Esportiva, Paulo Morais, afirmou que pessoas ficaram feridas e houve roubos .
“Nós estamos procurando identificar as vítimas que foram atingidas. Tem uma que teve o nariz quebrado, a outra teve um dedo deslocado e outra teve o ombro deslocado”, disse Moraes, em entrevista ao Bom Dia Pernambuco.
O ataque ocorreu na terça (10), em um jogo da Copa do Brasil, pela categoria de base. O Estádio Adelmar da Costa Carvalho, na Ilha do Retiro, na Zona Oeste do Recife, virou palco de invasão e cenas de violência.
Tudo foi registrado pelas equipes que transmitiam a partida. Há vídeos feitos por moradores da área, mostrando o momento da invasão da arquibancada destinada aos visitantes.
A Polícia Civil informou que abriu um inquérito para apurar o caso. Disse, ainda, que os torcedores corintianos receberam atendimento pré-hospitalar de equipe médica que estava na Ilha.
Na entrevista, Paulo Morais disse que é difícil identificar todas as vítimas, uma vez a maioria delas mora fora do Recife.
“Na noite do incidente, eu tomei conhecimento através do advogado do Sport. Naquela mesma noite, o Sport, através do presidente fez a representação e, no dia seguinte, um advogado do Sport veio e assinou o boletim de ocorrência”, disse.
Sobre a identificação dos responsáveis pelo ataque, o delegado afirmou que será necessário usar as imagens das câmeras que transmitiram a partida e os vídeos feitos por vizinhos.
“Na maioria dos casos, os agressores são reincidentes e a gente consegue identificar alguns deles, não a totalidade”, declarou.
Paulo Morais disse que outra dificuldade da investigação é apontar o que cada um fez. “Há uma dificuldade muito grande na individualização da conduta de cada um”, justificou.
Ele disse, ainda, que a falta de estrutura de estádios pernambucanos, como a Ilha do Retiro, prejudica. “Quando ocorre o fato na Arena de Pernambuco [em São Lourenço da Mata], há câmeras em todos os locais, mas nos outros estádios, não. Então, dificulta um pouco”.
Paulo Morais também falou sobre as táticas usadas por agressores que integram organizadas. Segundo ele, as ações são “estudadas”.
“Eles estão colocando pessoas mais jovens para o confronto, porque eles sabem que vão ser identificadas”, observou.
Na entrevista, Morais citou outros casos de violência entre organizadas no estado e disse que alguns deles foram solucionados.
Um dos ataques ocorreu no escritório de advocacia de um ex-dirigente do Santa Cruz, nas Graças, na Zona Norte do Recife. Imagens mostram os vândalos atacando o imóvel e quebrando uma vidraça
“Esse foi concluído no ano passado, em setembro. Eu entreguei à Justiça e estou aguardado o posicionamento do Ministério Público e do Poder Judiciário”, comentou.