A dois dias do Dia Mundial de Combate ao Câncer, a jornalista Glória Maria morreu após enfrentar dois tumores: um no cérebro e outro no pulmão. De acordo com comunicado da TV Globo, ela tratava de metástases cerebrais e o tratamento havia deixado de fazer efeito nos últimos dias. De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto em mulheres no Brasil. A estimativa é que mais de 30 mil novos casos sejam diagnosticados por ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). O órgão ainda indica que o câncer de pulmão é a principal causa de morte por câncer entre homens e mulheres, representando aproximadamente 25% do total de óbitos de origem cancerígena. Já o câncer de cérebro é mais raro, com incidência de 11 mil novos casos por ano. Neurocientista PhD, Fabiano de Abreu Agrela explica que a condição de Glória Maria — as metástases — são células cancerígenas que se espalham por outros órgãos e que esse tipo de câncer é um dos que possuem maior probabilidade se espalhar pelo corpo até atingir o cérebro. “O câncer de pulmão é um dos cânceres com maior probabilidade de se espalhar para o cérebro. Aproximadamente 10% dos pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC) têm metástases cerebrais no diagnóstico inicial e até 40% acabarão desenvolvendo tumores cerebrais durante a doença. Diferente do câncer cerebral, que se origina no cérebro e consiste em células cancerígenas cerebrais, as metástases cerebrais do câncer de pulmão ocorrem quando as células cancerígenas se desprendem do tumor nos pulmões e entram na corrente sanguínea ou viajam pelo sistema linfático até o cérebro, onde se multiplicam”, emendou. Segundo o especialista, à medida que os tumores cerebrais metastáticos crescem, eles podem danificar diretamente as células ou afetar o cérebro indiretamente, comprimindo partes dele ou causando inchaço e aumento da pressão dentro do crânio. Os primeiros sinais de alerta podem ser sutis e facilmente atribuídos a outras causas, incluindo quimioterapia. Ele ainda ressalta que a morte não foi por câncer no cérebro e sim de metástases cerebrais. “O nome certo a dar é câncer de pulmão com metástase cerebral ou metástase de câncer no cérebro”, pontua.
Fonte: JP