Um estudo do pesquisador brasileiro Guilherme Lichand, da Universidade de Zurique, na Suíça, aponta que os dados conhecidos sobre o trabalho infantil podem estar subestimados.
Em entrevista à CNN Rádio, ele explicou que os dados oficiais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) são baseados em pesquisas ao redor do mundo que perguntam aos pais ou responsáveis se seus filhos trabalham e por quantas horas.
Somente em caso de resposta afirmativa as crianças também são questionadas sobre as condições deste trabalho.
“Só aí a gente imaginaria que as estatísticas são subestimadas, não há incentivos para dizer que as crianças trabalham, já que os pais, por exemplo, podem ser punidos por isso”, disse.
De acordo com o pesquisador, o estudo dele comparou os dados oficiais na Costa do Marfim, na África, nas regiões da lavoura de cacau. “Comparamos o que os pais diziam, com as crianças e ainda com uma ONG com imagens de satélite da colheita para ver o que acontecia no campo.”
“Adultos sub reportam em mais de 60%. Segundo as estatísticas, no mundo, a evidência de trabalho infantil seria três vezes maior do que a dos dados oficiais, nossa estimativa é de que há quase 375 milhões de crianças trabalhando no mundo todo entre 7 e 14 anos.”
O relatório mais recente da OIT e do Fundo das Nações Unidas para a Infância aponta que a situação de trabalho infantil chegou a 160 milhões em todo o mundo em 2020.
Fonte: CNN