Em entrevista à Christiane Amanpour, da CNN, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que os objetivos da Rússia seguem os mesmos desde o início da operação: desmilitarizar e neutralizar a Ucrânia, se livrar de batalhões neonazistas e o reconhecimento dos territórios independentes.
“Ninguém tem raiva da Ucrânia nem dos ucranianos, apenas daqueles proíbem que se fale russo, dos que carregam símbolos nazistas nas ruas, dessas pessoas que querem a Otan ameaçando a Rússia”, afirmou Peskov para defender que a ocupação do país não é o objetivo russo.
Questionado sobre os constantes ataques à cidade de Mariupol, Peskov negou mais uma vez os ataques a civis e acusou tropas nacionalistas ucranianas de impedir a fuga dos moradores: “temos recebido muitos refugiados dessa região e eles dizem que estão sendo usados como escudos, esses nacionalistas estavam matando pessoas que tentavam deixar a cidade. Nosso principal objetivo é livrar a cidade desses bandidos.”
Sobre as ameaças de Vladimir Putin usar armas nucleares, Peskov descartou, a princípio: “caso haja uma ameaça existencial à Rússia, então isso pode ser uma consequência, não há outras razoes mencionadas nesse texto.”
O porta-voz do governo russo falou ainda sobre o risco do uso de armas químicas e biológicas, e voltou a acusar Estados Unidos de usar laboratórios na Ucrânia para o desenvolvimento desse tipo de armas: “temos razões e evidências para acreditar que os EUA estão desenvolvendo armas químicas no território ucraniano, isso é sofisticado, perigoso, um programa laboratorial criado por especialistas americanos.”
Ao mesmo tempo, Peskov afirmou que a Rússia destruiu suas armas químicas e biológicas no ano de 2017, conforme acordos militares.
Amanpour questionou o porta-voz sobre as garantias que o Kremlin dava de que não atacaria a Ucrânia, e qual a credibilidade das novas afirmações de Peskov. “Dissemos isso esperando que a Zelensky nunca se preparasse para atacar Donbas e depois de alguns dias ficou claro para nós e para especialistas militares haveria uma ofensiva, com mais de 120 mil soldados ucranianos na fronteira”, referindo-se à república independente reconhecida pela Rússia em fevereiro.
Fonte: CNN