O Senado da França aprovou na noite da quarta-feira, 8, o artigo-chave de um projeto de reforma do sistema previdenciário, que eleva a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos a partir de 2030. Com o Senado dominado pela direita, a votação terminou com 201 votos a favor e 115 contra. Para entrar em vigor, a iniciativa precisa ser aprovada pelas duas Câmaras do Parlamento até o próximo dia 26. Caso isso não aconteça, o governo pode aplicar seu projeto por meio de um decreto, algo inédito. A decisão vem dois dias após o maior protesto contra a reforma da previdência, impulsionada pelo presidente Emmanuel Macron. Mais de 1,28 milhão de manifestantes foram às ruas na terça-feira, 7, de acordo com as autoridades, e 3,5 milhões, segundo o sindicato CGT — e com o início de greves prorrogáveis. A mobilização superou a de 31 de janeiro, até então considerada a maior manifestação contra uma reforma social em três décadas no país. Na próxima semana, representantes de ambas as Câmaras devem se reunir para chegar a um texto comum, sobre o qual deputados e senadores devem se pronunciar novamente em 16 de março. Apesar da aprovação do Senado, atos estavam marcados para acontecer até está quinta. Os sindicalistas bloqueiam o transporte de combustíveis das refinarias, dos depósitos de gás e de quatro terminais de GNL (gás natural liquefeito). Os importantes portos de Le Havre, Rouen e Marselha também foram bloqueados temporariamente, e trabalhadores em greve do setor elétrico continuam reduzindo a produção de eletricidade, além do cancelamento das viagens de trens e as perturbações nos transportes públicos.
Fonte: JP