Em março, a inflação sobre os itens que compõem a cesta básica disparou e superou a marca de 20% no acumulado de 12 meses, segundo um estudo de professores do curso de economia da PUC-PR.
Em entrevista à CNN Rádio, o coordenador do curso de Ciências Econômicas da PUC-PR, Jackson Teixeira Bittencourt, avaliou que “os preços vão continuar subindo, embora possivelmente perca a intensidade.”
“Percebemos queda na inflação no geral, mas o problema é que na virada do ano os preços foram pressionados. O tomate, por exemplo, é um fruto muito sensível à variação de temperatura, tivemos problemas de safra, a cenoura subiu expressivamente porque parcela teve de ser descartada.”
De acordo com o economista, “a questão do fertilizante importado da Rússia nos preocupa, a Ucrânia também com o trigo, por isso o pãozinho subiu bastante, há o fator climático, guerra, combustíveis altos, então esperamos ainda uma pressão, mas com menos intensidade.”
Na avaliação do professor, o Banco Central brasileiro “faz o papel dele” ao subir a taxa de juros em busca de controlar a inflação, e o governo federal também, com “pacotes de bondade”, com cortes de impostos em itens da cesta básica, “ainda mais em ano eleitoral.”
“O pacote de bondade tem custo, a taxa de juros elevada tem custo, trava consumo e produção e estabiliza a economia, mas com desemprego, quem for eleito este ano vai abrir o governo com a dívida pública e desemprego elevados, precisará de uma proposta arrojada para reverter e vai levar alguns anos”, defendeu.
Segundo Jackson Teixeira, não é viável restringir exportações para abastecer o consumo nacional: “Exportar é fundamental, sem dúvida, mas precisaríamos de um planejamento de abastecimento interno, não interferir, mas estruturar uma política, que envolva governo federal e governos estaduais, mas que não interfira na dinâmica do mercado.”
Fonte: CNN