O velório e a cremação do indigenista Bruno Pereira ocorrem na sexta-feira (24), no Cemitério Morada da Paz, no município de Paulista, no Grande Recife. Os corpos dele e do jornalista inglês Dom Phillips, que estão em Brasília, são liberados para as famílias nesta quinta-feira (23).
De acordo com o Morada da Paz, o velório tem previsão de começar às 9h, na Sala de Velório Central, e o corpo deve ser cremado às 15h. O cemitério disponibilizou uma página na internet para que as pessoas possam enviar mensagens e orações.
Bruno e Dom desapareceram no dia 5 de junho, enquanto faziam uma viagem na terra indígena do Vale do Javari (AM). Os restos mortais deles foram encontrados em 15 de junho, após um dos suspeitos do crime confessar envolvimento.
Filho de paraibanos, Bruno Pereira era pernambucano, nascido no Recife, e tinha 41 anos. Deixou Pernambuco nos anos 2000, para trabalhar na Amazônia. Ele desempenhou diversas funções na Fundação Nacional do Índio (Funai) na última década.
Bruno passou pela coordenação regional do Vale do Javari, exatamente na região em que ele desapareceu durante uma expedição, no início deste mês. Deixou a esposa, a antropóloga Beatriz Matos, e três filhos.
Os restos mortais de Bruno Pereira e Dom Phillips passaram por exames periciais. Depois de encontrados, no dia 15 de junho, foram levados no dia seguinte para Brasília. De acordo com a Polícia Federal, foi possível confirmar que o material analisado pertence às vítimas.
Ainda segundo a PF, o exame médico-legal feito pelos peritos apontou que a morte de Bruno Pereira “foi causada por traumatismo toracoabdominal e craniano por disparos de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, que ocasionaram lesões sediadas no tórax/abdômen (2 tiros) e face/crânio (1 tiro)”.
Já “a morte do Sr. Dom Phillips foi causada por traumatismo toracoabdominal por disparo de arma de fogo com munição típica de caça, com múltiplos balins, ocasionando lesões principalmente sediadas na região abdominal e torácica (1 tiro)”.
Bruno Pereira é considerado um dos maiores especialistas em povos isolados do Brasil. O indigenista chegou a cursar jornalismo na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e participaria de um filme inspirado no trabalho dele.
No dia 16 de junho, o pernambucano recebeu homenagens pela trajetória em defesa dos povos indígenas. Segundo os familiares, Bruno amava Pernambuco, a cultura, o carnaval e o Sport Club do Recife.
Amava tanto o time de futebol que chegava a ligar pelo celular via satélite para saber os resultados dos jogos quando estava nas bases da Funai, onde não há comunicação.
Fonte: g1