O assassinato de Helder dos Santos Silva, de 33 anos, ocorreu na frente da esposa dele e do filho de 7 anos. O crime aconteceu na comunidade da Mangabeira, em Itapissuma, no Grande Recife, e, de acordo com as testemunhas, um guarda municipal foi quem disparou contra a vítima, atingida nas costas.
“Meu filho tem 7 anos. Ver o pai naquela situação, e ele não fez nada. Ele só pediu que os guardas enviassem para o prefeito, que viesse ajeitar a iluminação”, disse Rayany Maria, viúva de Hélder, que presenciou o crime.
A Polícia Civil informou que está investigando o caso. O crime ocorreu em uma quadra de esportes na Praça da Mangueira, onde um poste queimado virou alvo de reivindicação dos moradores.
A prefeitura do município emitiu um comunicado afirmando que o problema no poste ocorreu por conta das ações de vândalos.
Raiane Maria presenciou momento da morte do companheiro de Helder dos Santos Silva — Foto: Reprodução/TV Globo
Com a chegada de viaturas da guarda municipal, na noite do sábado (13), Helder cobrou a atuação dos agentes na comunidade e em seguida deu-se início a uma discussão.
“Foi quando um dos guardas começou a usar palavras feias com ele e correu atrás dele. Foi a hora em que foi feito o único disparo, atingiu ele pelas costas”, disse Rayany Maria.
A família não soube dizer quem o nome do guarda que teria feito o disparo. A prefeitura do município, que também segue em investigação do caso através da Corregedoria, informou que a Guarda Municipal não possui autorização para o porte de armas letais.
Elizabete Costa, mãe de Helder — Foto: Reprodução/TV Globo
Elizabete Costa, mãe de Helder, exigiu que providências sejam tomadas. “O que aconteceu com meu filho pode acontecer com outra pessoa. Eu já vi muitas vezes eles passando com as armas de fora. Policial está ali para fazer a segurança, mas para tirar a vida de alguém, não”, disse ela.
Elizabete disse que o filho era um dos frequentadores da praça. Enquanto exigia melhor iluminação, ele contestava a versão de que o poste teria sido quebrado por vandalismo quando guardas chegaram na quadra.
“Eles acharam ruim e chamaram um palavrão com ele. Meu filho deu as costas e ele atirou e fugiu. E não tinha um só, não, tinha mais, mas quem atirou foi um [guarda]. Eu quero justiça, não quero outra coisa. Eu quero isso”, declarou a mãe.
A prefeitura de Itapissuma ainda informou que a arma utilizada para matar Helder não foi fornecida pelo Executivo municipal, que lamentou o ocorrido. A prefeitura também disse que “tudo que for de responsabilidade da nossa administração municipal será feito, inclusive no auxílio aos órgãos competentes para apuração dos fatos”.
Fonte: g1