Avaliado em R$ 250 milhões, o quadro “Sol Poente”, de Tarsila do Amaral, foi encontrado pela polícia embaixo de uma cama que, segundo a investigação, pertence a Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger, preso suspeito de aplicar um golpe de R$ 725 milhões em uma idosa.
A operação, deflagrada na manhã desta quarta-feira (10) no Rio, também prendeu outras três pessoas suspeitas, incluindo a filha da vítima — as identidades de mãe e filha não foram divulgadas até a última atualização desta reportagem.
Na mesma casa em que o quadro foi encontrado, também foi presa Rosa Nicolau Stanesco, mãe de Gabriel. Para aplicar o golpe junto com a filha da vítima, a mulher se apresentou à idosa como “mãe Valéria de Oxossi” e disse ter poderes místicos.
Segundo a investigação, a filha da vítima contratou pessoas que se apresentaram como videntes para convencer a idosa a pagar por um “trabalho espiritual” com o intuito de salvá-la. Ainda de acordo com a polícia, a vítima passou a sofrer ameaças do grupo após descobrir o golpe.
Mais obras além de “Sol Poente”, incluindo quadros de outros Di Cavalcanti, foram encontrados pela polícia. O golpe também incluía pagamentos sob extorsão.
A operação foi batizada de Sol Poente Enganada por causa da importância da obra de Tarsila do Amaral.
O quadro
A obra “Sol Poente” pertence à fase Antropofágica de Tarsila do Amaral. Pintado em 1929, o quadro faz parte de um grupo de obras que contam com cores fortes, que mostram figuras do imaginário, dos sonhos e de lembranças de infância, segundo o site oficial da pintora.
Em óleo sobre tela, o quadro “Sol Poente” tem 54 x 65 centímetros.
Outra obra que faz parte da lista que, segundo a polícia, foi roubada da idosa, também é desse período: “O Sono”, pintada um ano antes, em 1928.
O quadro mais famoso de Tarsila do Amaral, “Abaporu”, que não faz parte da investigação, também pertence a esse período.
Fonte: g1