Petistas pragmáticos e ministros querem que governo Lula se organize e reúna a coordenação política para se reposicionar em temas considerados sensíveis, como relações internacionais (Venezuela e Israel), relação com evangélicos e preço dos alimentos, sobretudo arroz e feijão.
A percepção do governo é de que falta coordenação política e que as respostas e reações acontecem em meio a improvisos ou apenas com viés eleitoral, ou seja, em cima da hora.
Um dos focos de preocupação são os evangélicos. Há uma constatação óbvia de que Bolsonaro conquistou boa parte desse segmento, mas que o PT não pode jogar a toalha com esse grupo. Uma ala do PT defende que seja nomeado um interlocutor para ouvir pastores e líderes evangélicos, assim como Gilberto Carvalho fazia com religiosos, principalmente os católicos.
Dados da pesquisa Quaest divulgada no início deste mês apontam que o índice de desaprovação do presidente entre os evangélicos era de 62%, tendo uma piora de seis pontos percentuais em relação a dezembro de 2023.
Os números são semelhantes ao apresentado pelo Ipec, também neste mês de março, onde a avaliação negativa do presidente é de 41%.
Uma das principais queixas desse segmento é que o governo do PT defende como prioridade pautas de costumes que não são de interesse do segmento, mas que viraram um prato cheio para a criação de fakenews. Esses petistas argumentam que é preciso chamar e explicar a esses líderes do que se trata exatamente a agenda do PT.
Sem comunicação – avaliam integrantes do partido – esse grupo fica no campo das ilações e, pior, vulneráveis ao discurso de ódio e fakenews da extrema direita – que está mais organizada e avançando do que nunca.