Governo destinou de R$ 10 milhões a R$ 13 milhões para cada deputado de primeiro mandato em emendas não impositivas, que só serão pagas aos parlamentares que votarem com o governo.
“Novo governo, velhas práticas.” Foi assim que um importante líder parlamentar explicou ao Blog a nova estrutura montada pelo governo do presidente Lula para a “compra de apoio” no Congresso Nacional.
Os novos deputados — no total, 218 parlamentares foram eleitos pela primeira vez — já foram avisados de que terão direito de indicar emendas em valores que variam entre R$ 10 milhões e R$ 13 millhões.
Como são 218 parlamentares e o governo fala em até R$ 13 milhões por deputado, o governo Lula pode usar até R$ 2,8 bilhões para a compra de votos dos deputados novatos no Congresso.
O problema é que esssas emendas não são impositivas e serão usadas pelos governistas para ter apoio no Congresso.
O governo também determinou em quais áreas os deputados de primeiro mandato poderão aplicar os recursos. Um parlamentar disse ao Blog que, por enquanto, não recebeu um recado claro, mas sabe que “sempre houve retaliação orçamentária com quem não caminha com o governo. Isso é histórico e perene”.
Uma portaria baixada pelo ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, determinou que até emendas de parlamentares reeleitos passem pelo Palácio do Planalto antes de seguirem para o empenho nos ministérios.
A manobra também dará mais poderes ao líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). No governo Bolsonaro, as emendas impositivas passavam pelos líderes partidários e, depois, seguiam para os ministérios.
Nos corredores do Congresso, já se sabe que quem não votar com o governo terá a liberação das emendas feita no fim do ano, e isso deve acontecer até com emendas impositivas de parlamentares reeleitos.
Fonte: R7